Despedida Inoportuna
É, sou um estorvo
um incômodo na vida do leitor,
na vida dos outros;
E em prantos inocentes
meu nome já não se ouve,
em dizeres inconseqüentes
minha face já não se vê.
Tranquei-me em leito
em veneno,
para turvar imagens de meu peito
onde ao pouco me deito
num buraco que enceno.
As angustias derrotadas
embaixo da ponte, enlameadas,
na amargura congelada da solidão.
E agora que já entendo
que de crescida não tenho nada
(a não ser o físico)
pois de criança tenho muito
no pouco que cresci;
As vezes penso em despedida,
Em pranto e delonga,
mas sei que nada vale
pois de lagrimas nada tenho,
e de pranto nada mereço.