Despedida Inoportuna

É, sou um estorvo

um incômodo na vida do leitor,

na vida dos outros;

E em prantos inocentes

meu nome já não se ouve,

em dizeres inconseqüentes

minha face já não se vê.

Tranquei-me em leito

em veneno,

para turvar imagens de meu peito

onde ao pouco me deito

num buraco que enceno.

As angustias derrotadas

embaixo da ponte, enlameadas,

na amargura congelada da solidão.

E agora que já entendo

que de crescida não tenho nada

(a não ser o físico)

pois de criança tenho muito

no pouco que cresci;

As vezes penso em despedida,

Em pranto e delonga,

mas sei que nada vale

pois de lagrimas nada tenho,

e de pranto nada mereço.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 06/10/2007
Reeditado em 31/10/2007
Código do texto: T683473
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