Itinerante
Itinerante
Você, você se lembra de mim?
Sou aquele mascate, o mesmo que
com a mala cheia de magias.
Aonde aos arredores; biscates fazia!
Lembrou-se?
Sou o mesmo vendedor.
Aquele que entre outras cousas.
Sonhos… também vendia!
Lembra-se?
Na bagagem levava também;
lembranças, saudades e a receita
d’alegria!
Lembra-se?
Sou aquele sujeito, aquele moço
de riso largo, faceiro.
Que por ti se apaixonou!
O mesmo que jurou amor eterno.
Mas você, você se esquivou, ignorou!
Dizia que era eu; mero itinerante…
Viajor do tempo, tolo errante.
Mal sabia você, querida, que n'quela mala.
Levava eu… minha doce esperança.
Percorri por longas estradas levando…
Querendo no fundo, trazer teu coração.
Oferecendo-a sincera aliança.
Hoje a encontro sem rumo, perdida…
Cabisbaixa, fugindo, fingindo não me ver.
Talvez por orgulho, talvez arrependida!
Por não deixar aquela mala teu coração, carregar.
Mas hoje eu, eu sei, tenho certeza;
Sei que você se lembra de mim!
*Adilson Tinoco*
O Poeta das flores!