OUVINTE
Calado, escuto melhor!
‘Desarmado’ examino o pó,
E cheio de dó
Tenho desatado o nó.
Às vezes, ando sem mim,
Cheio de outro sim
Procuro entender esse cheiro de jasmim
Que ‘inunda’ o alheio jardim.
E todas as vezes que me carrego
Pesado, escorrego,
No liso ego,
Do meu eu.
Então, aprendi a ouvir.
E hoje, posso sorrir,
De tudo que ouço
Sem me ferir.
Ênio Azevedo