Surtados

As vezes ouço gritos

Que vem das ruas

Onde dormem gentes

Sob marquises, bêbados

E eles se parecem loucos

Como todos que vivem

Em camas quentes

Que também surtam

Sem bebidas e drogas

Surtam pela solidão

Pelo amor demais, ou,

Não suportam em não ter

Gritam pelas manhãs

Cantam na madrugada

Outras, vozes dos mesmos

Invadem suas cabeças

E transbordam seus

Desejos e visões

Necessidades avulsas

De acalantos serenos

Que alimentam a alma

Que conforta a loucura

Conversam com monstros

Os expulsam das suas solidões

E anestesiados sorriem

Fazendo das noites negras

Seus momentos de realidades

Edmilson Naves
Enviado por Edmilson Naves em 01/01/2020
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