Tenho medo de amar






Não, não foi a vontade de amar,
o amor já estava morto em minha alma,
foi talvez a nossa dança, 
o nosso dia a dia,
foi o seu sorriso, o jeito de me conduzir ao salão,
parecia que ali estávamos sozinhos,
éramos novidade e euforia,
você me chamou de um jeito,
é a nossa primeira confraternização.

Nunca alguém
havia me chamado carinhosamente assim, 
_Vamos
          dançar ...  ...
 _Você me chamou
   de que?
 _ ... ...

Não me enganei, você estava me paquerando,
envergonhada, tímidamente não pensei,
era tarde, tarde para me envolver, fugi,
não acreditei.

Fui olhar para os seus olhos,
e neles senti uma vontade de me proteger,
do mundo, de mim mesma e quiçá, de você.

Fui olhando o seu rosto,
olhando, e você foi me abraçando,
sentindo o seu corpo, o seu calor,
tanta meiguice no olhar,
nasce esse sentimento inesperado por você,
não sei se foi a doçura,
não sei se foi um tanto da minha amargura,
agora
eu quero estar o tempo todo falando,
desejando você, sem querer.

Tenho medo de amar,
antes era um pequeno espaço que você ocupava,
nele não cabia os seus e os meus sonhos,
está nascendo um querer maduro, crescente,
não dá para ficar em cima do muro,
o amor tem seus mistérios e segredos.

Refletindo neste final de ano,
sentada, olhando as dunas...

em cada grão de areia levado pelos ventos
em cada folha seca que piso, sem querer,
inevitavelmente,
você está em meus pensamentos,
para minha alegria ou desengano.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 31/12/2019
Reeditado em 07/01/2020
Código do texto: T6831080
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