DO NOVO ANO QUE VIRÁ, O QUE ESPERAR?...
De novo um ano novo, um ovo
Se está podre, fresco ou galado
Do fim a um começo festejado
Não sei! Só sei o enfrentarei, sou povo!...
Um ano novo de novo, absolvo
Dois mil e dezenove o seu passado
Tentáculos do mal aqui chegado
Como gigante, etéreo e frio polvo...
Um ano novo o velho deixa
Chegar com a juventude que se espera
E corrigir o ano passado à terra
Pra ver brotar a primavera sem queixa...
Não o espere como "Gueixa"
Pra só satisfazer a nossa fera
Será preciso a força da Quimera
Para provar do amor a doce ameixa...
Um novo fim, um velho início
Promessas, mais promessas de desejos
Esperas pelas ruas realejos?...
Nas mesmas festas tem o seu indício...
Não deixe parecer um vício
Adeus no fim, início com mil beijos
Beije o passado, o amanhã, ensejos...
Para jamais um sonho ser fictício...
Queimas de fogos não dos erros...
O novo cheio de boa vontade
O velho deixa a sua realidade:
Milhões de nascimentos e enterros...
Nos pastos novos os bezerros...
No lastro nós deixamos a saudade
Pra rumos novos, barcos da vontade
Pra caminhar vencendo novos cerros...
Caminhos novos, velhos passos
Com pés calçados por seu livre-arbítrio...
Nos rastros apagando antigo vício
Velhos caminhos em antigos laços...
Nos renovados passos, lasso
É o tempo que se perde em cilício
Por outros passos junto a precipício
Pois que um dia será tempo escasso...
Um outro ano finda enfim...
Nas expectativas outro chega ao porto
Ideias nascem, outras fazem aborto
O ano que se vai não foi ruim,
Ao menos em tese para mim...
Ano que vem, que traga algum conforto
Pois que o bem não se encontra morto
E só o amor quer paz e não tem fim...
Cultive algumas rosas no jardim!
Autor: André Luiz Pinheiro
29/12/2019