Medo sobre medo
Eu temo um dia parar de temer
Que será de mim se isso acontecer?
Não haverá mais um motivo a me parar
Tudo será possível e impossível
Da mais alta ponte poderei pular
Sem nenhum receio do previsível
Que será de mim meu Deus
Se essa sina certa feita me alcançar
Talvez eu perceba nos calos meus
A dor da doença a me contaminar
Ou talvez eu simplesmente me esqueça
E no descaso de mim mesmo eu pereça
Ai de mim! Só posso especular
E temer o não temer a me espreitar
E esperar o inesperado, a lucidez
Que me guarde em momentos de sensatez.