Solo sagrado
Entre e enfrente
A sombra que te assombra,
É o segredo contra o medo
Aqui cada cruz se traduz,
Na terra que enterra,
Em história e memória
E toda vela revela
Uma luz que reduz
O martírio, no escuro obscuro
Sempre uma nova cova
Aguarda a guarda
De outro morto para o conforto
Este solo, regrado e sagrado,
Só não acalma as almas
Dos mortos que estão vivos
E de doentes e descrentes
Que rejeitam e não aceitam
A penitência da ausência
Então, não te importes com a morte.
Neste local de mistério
Deves entendê-la, a teu critério.