CALOR INFERNAL - soneto

Não me ventou nem a brisa noturna,

Nada de sopros ou livres folias.

Baforejando da boca soturna,

Somente o breu dessa triste heresia.

Em pesadelos de versos confusos,

Recita a dor em sonetos doentes,

Tua figura em contornos intrusos,

Deitada à sombra de rima indolente.

Arcanjo negro, das trevas vigia,

Macabro amor, satânica elegia,

Dominação do meu corpo pagão.

Entrego a ti, sem escolha ou vontade,

Correndo o risco de arder de verdade,

Minh'alma branca em teu leito - paixão!

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