É revolta!
A minha poesia
e tudo o mais que escrevo
falo ou canto
ou gesticulo,
tem como fonte
a minha constante,
frequente indignação.
A minha poesia
é revolta.
Nunca ódio
Nem paz,
Mas revolta!
Indignação!
A minha poesia
é uma escolha.
Eu, politicamente,
milito revoltamente
escrevendo
a minha indignação.
A minha poesia
é de indignação
ao que foi e é imposto,
ao que foi dado como normativo,
ao que foi colocado como padrão,
a opressão naturalizada,
a neocolonização linguística e religiosa,
a desigualdade social,
a burguesia elitista ridícula,
ao Estado e sua necropolítica,
ao epistemicídio
e ao genocídio do povo preto.
A minha poesia
é de indignação
a homolesbotransbifobia,
a política de encarceramento,
a hipocrisia do embranquecimento,
a hiperssexualização de corpos negros,
a reificação das mulheres,
a intolerância religiosa,
ao ódio ao que vem dos pretos.
A minha poesia é revolta!