Desdita

Chovia... na noite escura

Lampadinhas piscavam

Nos enfeites natalinos.

Na penumbra, eis que surge a bela imagem...

Mulher de corpo esguio, dos olhos amendoados

Mostrando seu equilíbrio sobre saltos quize.

E rodando a sombrinha aos pingos

Adentra a mulher de fatal fisionomia

Pisando o tapete vermelho que lhe era estendido.

Mesas lotadas, champanhe nas taças...

Homens alinhados observam-na

cobiçando.

Lentamente um cavalheiro se levanta.

Acende um cigarro e o oferece à dama de olhar penetrante.

Brindam com bebida quente e num beijo ardente

Travam-se na dança entristecida dos passos do tango.

Eis que grande tragédia a ameaça...

Homem forte se aproxima ao que nas mãos impunha a arma.

Um ai,

Um olhar sinistro,

E a nobre mulher ao chão.

Por quê?...

Quem seria ele?...

Os sinos já badalam alto

anunciando o fim.

E as lampadinhas continuam piscando nos enfeites natalinos...

*****

Agradeço sua linda interação que muito me honra nobre amigo

25/12/2019 20:38 -

 POETA OLAVO

"Parece até drama de cinema

A cena que nos apresentou

A sua poesia entrou no esquema

De um crime envolvendo amor."