dois lugares

As sílabas confundidas nas línguas

Falavam coisas diferentes sobre ir e ficar

Sem os meios termos dos muros

Só a aceitação inequívoca do inverno.

Lados opostos, são cegos de escolhas.

A pele fria, desabitada

Congela na retina

o último instante de calor.

Enquanto o limo se alastra

Na indiferença dos dias cinzas.

Sei sobre o mofo do silêncio.

Não há esperas

Nem subterfúgios

Nos lados definidos

Distintos,

Das portas fechadas.

Flores de plástico não morrem

só desbotam o sentido de existirem

Nos vasos secos.

Lu Genez

Lu Genez
Enviado por Lu Genez em 22/12/2019
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