Adeus
Chega a hora de ir
Tantos caminhos percorro...
Suposta insanidade à vista,
Deixo pra trás tudo o que tenho:
Anéis, pulseiras; o crucifixo
E os pensamentos mais puros do dia.
Levo lembranças das paisagens
E o lago verde nas veias
As trilhas que me perseguem
Grudadas nos pés descalços...
Andei, andei
Minha vida é ritimada,
Uma sinfonia.
Desafino, contudo, passo.
Desfaço, mas sempre refaço
Feito música repetida na vitrola.
Nos pés as paralelas frias,
Nos braços os sons;
Não olhe pra mim,
Não tenho cura ou curativos,
E te digo que em mim
Há somente um adeus, e Deus.