Xícara de café
Era uma tarde cinza de inverno
E a chuva caia fina lá fora
E eu aqui com um chocolate quente
E um livro inacabado nas mãos
Quando ele chegou às pressas
Sacudindo o casaco e o chapéu
Para tirar as gotas de chuva
Que assim acumulara nas peças
Agora devidamente recomposto
Pendura seus pertences
Nos cabides da entrada do recinto
E caminha até a mesa
Sem pressa se arruma na cadeira
E faz o pedido ao garçom
Que minutos lhe entrega
Eu curiosa para saber o que era
Não consigo enxergar
Devido ao jornal que impedia minha visão
Procuro então me endireitar na cadeira
Fechei e deixei o livro de lado
Sem dar conta do que fazia
Junto com meu chocolate
Que agora não estava mais quente
Esquecera-me dele totalmente
Por conta de minha curiosidade
Por aquele homem que acabara de chegar
E do nada novamente ele chama o garçom
Que lhe atende de pronto
E com um sorriso nos lábios
Cochicha seu pedido e aguarda
O garçom se retira
Ele coloca o jornal de lado
E espera calmamente
Eis que o garçom entrega o pedido
E no mesmo instante o homem se levanta
Com o pedido em mãos
E caminha lentamente pelo corredor
E eu a me questionar
Onde ele ira com aquilo?
Quando ele simplesmente para
Em frente à mesa e diz
Uma xícara de café para a dama
Para compensa-la...
Por ter feito o seu chocolate esfriar