SAUDADE FUNDA
Encontrei um escrito perdido numa página de um desgastado livro de Fernando Pessoa.
Reproduzo:
Saudade Funda
O corpo dorme, o espírito sonha.
Um , encarcerado nos barrotes da carne.
O outro, alçando-se em voo sobre a mediocridade plana da vida.
Antes ser criança.
Sou como um poema que não chegou a ser.
A saudade é funda
E o tempo acaba.
Talvez ,depois de lá,
Eu volte a ser o que fui,
O que não fui,
O que sempre quis ser,
O que sonhei,
O que serei.
Nagib Anderáos Neto