REFUGIADOS
REFUGIADOS
Que barulhos são esses
Que não mais me espantam
São vísceras em convulsão
São pessoas em profusão
São vidas vividas
Ou mortes em divisas
Fronteiras desconhecidas
De lugares não sabidos
Gentes estranhas
As recebem
Com engulhos nas entranhas
Agora aportam qual manada
A procura do tudo que é nada
Pouco importa qual porta
Vai abrir-se em rangeção
Seja pistola ou canhão
A bala será certeira
E o coração sem eira ou beira
Convulsionar-se-á nos chãos
Que nunca foram ou serão seus
Parecem não ser filhos de Deus