REFUGIADOS

REFUGIADOS

Que barulhos são esses

Que não mais me espantam

São vísceras em convulsão

São pessoas em profusão

São vidas vividas

Ou mortes em divisas

Fronteiras desconhecidas

De lugares não sabidos

Gentes estranhas

As recebem

Com engulhos nas entranhas

Agora aportam qual manada

A procura do tudo que é nada

Pouco importa qual porta

Vai abrir-se em rangeção

Seja pistola ou canhão

A bala será certeira

E o coração sem eira ou beira

Convulsionar-se-á nos chãos

Que nunca foram ou serão seus

Parecem não ser filhos de Deus

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 20/12/2019
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