Sobre o que me diz teu olhar

Teu olhar

Vai fundo na alma

Busco te preencher

Tento te desvendar

Com calma

No leve dançar

Dos quadris a remexer

Dedilho seu corpo,

suas curvas

E o som que emite

É poesia pura

Solo torto

Visão turva

Não enxergo limite

Ao fim da rua

Uma luz fraca e triste

Te levo e acendo uma vela

Tu revela tuas sombras

Mal sabe os males que me assombram

Nessa cela

De todos os lados apontam

Com seus dedos sujos

Não focam

Ao menos me tocam

Como tu tocas

Com delicadeza

Tão pouca destreza

Ainda assim

Torna areia o que era rocha

Me olha

Pede pra ficar

Sem precisar

Sou teu agora

Te olho e nem pisco

Com medo

Que de mim vá escapar

Daniel Jonathan
Enviado por Daniel Jonathan em 19/12/2019
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