Sobre o que me diz teu olhar
Teu olhar
Vai fundo na alma
Busco te preencher
Tento te desvendar
Com calma
No leve dançar
Dos quadris a remexer
Dedilho seu corpo,
suas curvas
E o som que emite
É poesia pura
Solo torto
Visão turva
Não enxergo limite
Ao fim da rua
Uma luz fraca e triste
Te levo e acendo uma vela
Tu revela tuas sombras
Mal sabe os males que me assombram
Nessa cela
De todos os lados apontam
Com seus dedos sujos
Não focam
Ao menos me tocam
Como tu tocas
Com delicadeza
Tão pouca destreza
Ainda assim
Torna areia o que era rocha
Me olha
Pede pra ficar
Sem precisar
Sou teu agora
Te olho e nem pisco
Com medo
Que de mim vá escapar