PALAVRAS

Não sou escrava das palavras,
embora da minha lavra,
têm vida própria, independem
daquilo que digo ou que faço
ao alcance dos meus braços,
muita vez elas se perdem.
Para onde irão? Quem o sabe?
Não pergunto, pois quem há de
me dizer. Escondidas,
elas se vão fugidias,
seja noite ou seja dia
bailando no ar esvoaçam.
Viram fumaça, se esgarçam.



Inspirado nos poemas do livro
"Apenas Palavras" de José de Castro.