Melancolia XLII
Assopra o que te machuca para longe,
meu anjo.
O meu corpo já não suporta mais
viver longe do teu
Não sei o que sinto quando ouso
em me sentir.
O banheiro me esconde do mundo
e me coloca à deriva da solidão.
As janelas agora rasgam teus lençóis
pois já não aguentam mais mentir
sua dor do mundo.
Fazem barulhos para chamar tua atenção.
Mesmo que fuja da rua,
que não olhe para o céu,
há de ecoar na alma a falta que fazemos
para nós.
Os dedos, apontam meus segredos
marcados em pele
E em ti, está marcado no coração.
Não minta para mim
Eu a imploro o amor que não existe nas línguas
Apenas me diga que ainda é minha no coração.
Meus desejos já superam o forçar
dos dentes na boca
Me calo, contando para as paredes
que não prestam atenção em minhas palavras,
se é amor,
como pode doer tanto minhas flores..
Já refiz a trilha de terra,
deixei a porta aberta para que entre
E mais que bem vinda,
fique.