Asas do amor
Nestas minhas asas, eu carrego o peso da solidão
incompreendida por tempos tristes em que me apeguei
a um doce amor com gosto de mel, mas com sabor amargo
de um sonho inacabado por ter me escondido entre as entranhas
do céu que me tornaram esse pássaro tão medroso e astuto
Tudo parecia tão real, te sentia tão perto de mim, até que
em um belo dia o sol se abriu delineando o meu pensamento
forjado e tão infantil assim, parecendo descobrir teus anseios
de repente para não se perder de mim
Como colibri, sempre ágil e irrequieto, vou cortando tantos
ventos e sentimentos, sem saber para onde ir, ou para onde voltar
sem direção de que lado partir, alcançando o recomeço e deixando a
vida acontecer dentro de mim, respirando um momento e sufocando
outro sentimento
Te invento aqui dentro do meu ser,
e teus beijos me tocam sem eu saber,
por que quero entender qual é o nome desse mistério e prazer
que convém mais do que amar, simples desejos, apenas habitar
eu não sei, e finjo saber, quando se trata de voar tão alto
eu penso mesmo em mim e em você
Saudade daquela voz e do meu coração viajando por
este mar, e ao levantar o meu vôo eu te prender entre o
meu bico, para bem perto eu te levar comigo,
longe do céu nós alcançarmos este espaço de corpos celestes,
sem ver a tarde cair sem medo de vivermos esse amor