Fumaça de clepsidras fraturadas
Essa fumaça carrega com ela
Tudo que não é efêmero
Só vejo a relva
Que não depende
Da sua constituição
Pra se manter na selva
Só decifro essas árvores
Escurecem minha vista
Não consigo mais ver tua feição
Tua beleza arranha meu pulmão
Esses obstáculos na trilha
Me impedem de te alcançar
Enquanto me vejo estagnado
Observando só esses pedaços
Como se não valessem nada
Apenas fragmentos de algo
O caminho parece cada dia mais longo
Não sei se eu o percorro
Ou ele percorre por mim
Pelas minhas entranhas
Recobre meu suplício
Apegado aos sorrisos
Sem nenhuma expressão
Correspondem aos vícios
De uma noite de verão.