OH! M A R I A
OH! MARIA!
Partir é morrer um pouco.
Ficar é esperar partir.
Nesta espera saudosa.
Rua que `a vila se lança.
Cheia de varais, roupas.
Ansia de abraçar passante,
casal. Ser criança, criança.
Oh! Maria!
Nesta guitarra afinada,
em la. do, la.
Não é lamúria; minha poesia.
Pra que explicar gemido..
Quanto um Oh! tem tanto
de um Beijo; sentido.
Oh! um velho homem.
Um homem velho.
A brindar a vida.
Na noite fria.
Não tenha pena.
Minha Maria!
Este velho guerreiro.
Dedilha a guitarra; guitarra.
Viu muito.
Sofreu muito
Não odeia o que passou.
E não teme amanhã.
Onde amarra.
Seu coração,
em contrastes e alentos.
Quer o vento, na sua
barquinha corajosa.
Cuja direção e movimentos.
Tens. Queira, és desejada.
Uma eira e uma beira.
Desta nau ao vento.
Almada.
DON ANTÔNIO MARAGNO LACERDA
Prêmio UNESCO. POEMAS/JORNAL
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