CONFISSÕES DE UM BÊBADO.
Lá vem o amor,
vestindo seu paletó,
pele fria de dar dó,
sentindo-se aquecido.
Parou numa esquina,
acendeu seu cigarro,
cofiou o amarelo bigode,
ficou um pouco a pensar.
Pensou enganar Maria,
viu Tereza mais bela,
mediu as cores e as formas,
decidiu amar as duas...
Criou um discurso odioso,
beijou Tereza escondido,
criou um terreno ardiloso,
para mais tarde carpir.
É , o amor não tem jeito,
é um puto em pele de ovelha,
macio no sentir,duro no existir,
disse, o bêbado a refletir.
O amor, desfila em alma,
o corpo só quer o prazer,
amou Maria e Tereza,
enganou várias meretrizes.
Jurou casar-se com Amália,
logrou o amor de Beatriz.
foi andando sem rumo na noite,
caiu, e quebrou o nariz...
Ah, o amor, está um caco,
envelheceu perdeu seu fervor,
viveu brincando de amor,
agora está por um triz.
Olha e não vê os seus trajes,
seu cigarro queimou-se,
seu terno puiu-se,
as ruas por onde passou,
por hora deixou de existir.
O amor está perdido na esquina,
tem horas que está a pensar,
Tereza, Maria, Amália e Beatriz,
nunca mais á de por ali passar.
O amor , aperta as calças,
amarra as sua botinas,
acende um pito , chora na tarde,
da o primeiro passo,
se poem no mundo a vagar.
E por todo lugar que passa,
os bêbados nos cantos das praças,
gritam em grande algazarra,
o amor perdeu seu perfil.
caminha um tanto sem graça,
sentindo-se o ser mais vil...