Peculiaridades
Digo loucuras, penso insanidades!
Sou um viajante que não sai do lugar!
Puxo o ar e sinto o cheiro do cigarro que exala dos fumantes na catedral de Notre-Dame.
Fecho os olhos e entrevejo os campos floridos da Holanda, em toda a sua"delicadeza".
Se me concentro, ouço as conversações nos bares de minha cidade (e são muitas as conversas, de todas as idades).
Quanta bagagem carrego em minha mente! E ao mesmo tempo, de peso, nada carrego! Nem mesmo a mim.
Num passo estou na China, no outro no Peru, e com mais um, chego no mercado aqui da esquina.
Como no início eu havia dito:
Digo loucuras e penso insanidades!
Pois, de que outro jeito vive um poeta, senão de suas peculiaridades?