Equilibrista
Nasce uma princesinha.
O quarto foi todo decorado em rosa e encheram de bonecas.
Ela cresce aprendendo que não pode sentar de perna aberta, que menina é essa?
Responder é coisa de menino. Brincar de carrinho, nem se tiver irmãozinho.
Seus brinquedos são para brincar de casinha e suas bonecas são suas filhas.
Assim vem crescendo a Larissa, a Ana, a Maria, a Carolina.
Chegando na adolescência começa a separação.
Menina só namora e os meninos na pegação.
Sexo é ato divino, mas cada homem que te olha corrompe até teu coração.
Que roupa é essa menina? Onde pensa que vai com esse vestido curto?
Não vê que está pedindo para ser olhada? Para ser apalpada?
Vem o homem e te corrompe. As lágrimas marcam a pele por onde descem.
Cadê tua dignidade menina? Você pediu por isso.
É assim que a mulher brasileira cresce, Vem Maria, Larissa, Carolina. As meninas equilibristas.
Desafiam a crença de que mulher é submissa.
Mostra para pai, mãe, tia que a vida não é brincar de casinha.
Olha a diferença que você faz na vida!
Luta pelos seus sonhos! Faça valer cada ferida!
Você é mulher, é guerreira que leva a vida desafiando a altura.
Equilibra teus sonhos e força enquanto anda na corda bamba para fugir da ignorância.
Mostra para eles que lugar de mulher é onde ela quiser!