Apenas flores

Levei uma rosa para plantar no campo,

ela foi recebida com reservas,

como se estivesse com sarampo.

O alecrim a olhou de viés

Como se fosse uma danada erva,

prevendo um provável revés.

O aroma vagueava como um tolo,

mesclava-se com o cheiro da nova flor

o cheiro adocicado do marolo.

Não havia empatia entre elas,

cada uma exaltava sua própria cor,

até que se aproximou a azaleia.

O campo tornou-se um canteiro

Manchado pelo manacá da serra

Da música natural brotou um viveiro

De quem era a nova verdade?

Da rosa, ou do girassol?

Do campo ou da cidade?

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 09/12/2019
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