Ao rés do chão

Ferido por doces animais de amor

Não maior que a dor do verso

O inverso do que alguém mostrou

Prazeres de um outro universo

Você me fez ressurgir das cinzas

Me alimentou com duras penas

Não me venceu nem me perdeu

Foi o poema de todos os poemas

Não há escuridão sob seus pés

Não há religião sem culpa ou fiéis

Falsários dentre tantos obeliscos

Calculam o risco do fracasso

Contabilizam dores nos apriscos

Devoram nas vitrines o fiasco

Estou acima dessas fantasias

Sou com você o que nunca quis

Contando o tempo noite e dia

Desaprendido de como ser feliz

Não há escuridão sob seus pés

Não há religião sem medo ao rés

Do chão... não há religião

João Barros
Enviado por João Barros em 09/12/2019
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