AO LÉU

Perdida entre as brumas
de um passado distante,
eu procuro tua imagem
pra consolar minhas penas,
mas é tediosa a paisagem,
só enxergo a mesma cena.

Bem sombria é a estrada
por onde, agora, caminho...
Não tem flores, só espinhos,
que ferem meus pés, já, cansados.

Lágrimas molham-me o rosto,
desilusão e desgosto
são a minha companhia
nesta via empoeirada,
onde eu não vejo nada.

Perdida, ao léu, não atino
como andam meus desmandos,
sequer sei qual meu destino.

               .  .  .


 DELEY
Sigo sobre as ruínas,
No rumo do imprevisto,
O cinza cobre as retinas,
Ainda assim ? resisto.