nonagésima segunda miniode ou tornar-se bússola tornar-se vela
despir o corpo
vestir -se
somente de alma
navegar
no bardo
no encontro
com tudo que não foi
resolvido
com aquilo que não morre
mesmo morto
e desamarrar o trauma
primordial
romper a corrente
que prende o fluxo
e detém o voo
não na asa
na garra
não na direção do céu
mas para dentro do abismo
onde o erro se repete
indefinidamente
no espaço sagrado
tornar-se bússola
tornar-se vela
e se desfazer de tudo
que apenas pesa
que é somente culpa