Líquido

Uma dose - a dor

Some

Duas - a deprê

Som...

Três doses - solidão

So...

Quatro - o pudor

S...

Doze doses... - o dinheiro

...

Só não some a dívida

Nem a ressaca

No outro dia

Nem a sede de [sentir] algo

Realmente verdadeiro

Que não se sabe o nome

Que a mim e a te consome

E não sacia com mais álcool

Nem se cura com água

Nem alivia com pornografia

Muito menos com liturgia

Nem mesmo se dissipando a dúvida

Essa sede indevida

Atrevida

Dividida

Entre a angustiante letargia

E a angústia letal

Essa busca vazia

Inválida,

Erradia,

De vida

Ávida por satisfação pessoal

Apressada em ser vivida

Que só a morte,

(E mais nada...!)

Sem pressa,

calma,

Mata

Finda

Sacia...

(Mas, amanhã é outro fim de semana... te acalma!)

Uma dose…

Duas, três…

Cerveja, samba, Gonzaguinha

Segunda-feira: e agora, José?

Acabou-se teu carnaval...

Restou só as cinzas

(Seria ironia se não fosse séria a poesia)

Jeivson Souza
Enviado por Jeivson Souza em 07/12/2019
Código do texto: T6813155
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