Líquido
Uma dose - a dor
Some
Duas - a deprê
Som...
Três doses - solidão
So...
Quatro - o pudor
S...
Doze doses... - o dinheiro
...
Só não some a dívida
Nem a ressaca
No outro dia
Nem a sede de [sentir] algo
Realmente verdadeiro
Que não se sabe o nome
Que a mim e a te consome
E não sacia com mais álcool
Nem se cura com água
Nem alivia com pornografia
Muito menos com liturgia
Nem mesmo se dissipando a dúvida
Essa sede indevida
Atrevida
Dividida
Entre a angustiante letargia
E a angústia letal
Essa busca vazia
Inválida,
Erradia,
De vida
Ávida por satisfação pessoal
Apressada em ser vivida
Que só a morte,
(E mais nada...!)
Sem pressa,
calma,
Mata
Finda
Sacia...
(Mas, amanhã é outro fim de semana... te acalma!)
Uma dose…
Duas, três…
Cerveja, samba, Gonzaguinha
Segunda-feira: e agora, José?
Acabou-se teu carnaval...
Restou só as cinzas
(Seria ironia se não fosse séria a poesia)