Dissonâncias!

Fora de cena, locutores mudos na sintonia,

Aqueloutro verso travesso, ri atravessado,

Sinais de garoa tocando no espelho a noite,

Óculos sem limpadores, pára a brisa,

Afogados, motores mal expõem a explosão,

Canto de luz na cortina que a janela esconde,

Chegou tão apagado que mal viu o portão,

Cicatriz na roupa que quase rasgada fica,

Virou os olhos para o mar de dentro,

Tão raso era o vaso que nem folha brota,

Saída a devaneios nas primevas horas sadias,

Pé ante pé pela soleira do ocaso analógico,

A antítese que desponta, tirando o tesão,

Nem adianta choradeira de colher & canela,

Foge da cena, ortodoxia sinfônica do não,

Para outros, risos desfigurados dos sentidos,

Como se as dores nem mais existissem então,

Mais uma a correr nua na ladeira abalada,

Ainda chove na ponta da agulha inflada,

O orgasmo esperou pelo dia, dormiu na noite,

Acordes sem acordos na corda grosseira,

Depois do banho, um prato quente & vinho!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 05/10/2007
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