Todo quereres
Se andas comigo
porque o queres
O faça de todo:
Inteiro, descalço
Enquanto de quereres
Te inundas.
Se me amas, amor, hoje
no Eterno Agora dos
teus braços nos meus
Ama-me sem receio do
porvir.
É certo: passa.
Beija-me, amor
com o peito em silêncio
nobre e
a voz em mansidão
esplêndida.
Não temas os gritos de
agonia que rompem a escuridão
do exílio,
os sórdidos braços inquietos que
rasgam a ilusão
d'oceano aflito,
o pulmão inerte, perdido, que
haure o sopro
ferido.
Não temas, amor
teu gozo escondido.
Meu lábio profere,
no espaço cindido,
quando te entregas, inteiro e descalço
a meu corpo Etéreo-teu
A lembrança
d'olvido:
Desperto
Eu.