ANTÍDOTO
Na sua ira de serpente,
Envenenaste-me então,
E tanta malignidade
Adentrou meu coração.
Intimamente uma voz,
Alertava-me em segredo:
-Isso é peçonha pura,
Reaja, não tenhas medo!
Eu ali na minha angústia,
Assistindo ao seu sorriso,
Dei crédito àquela voz,
Reagi, pois de improviso.
Beijei-a sofregamente,
Expelindo a minha dor,
Envenenados havemos
De morrer de tanto amor.