Eu, tu, ele, nós...

As dobras dos destinos estão a girar

Como ventos que são sempre os mesmos

Parques de diversões nos ensinaram a amar

Rodas gigantes nos distraíram para crescermos

Palavras de lunáticos, loucos de corações limpos

Viajaram no inconsciente, ficaram e vão sumindo

Pegadas em estradas claras/escuras, amigos

Prefácio de uma história que vai se construindo.

Imagens que uniram, palavras estão presentes.

Memórias de épocas que deixaram nuvens

Voltemos às nossas plantações, antigas sementes.

Refazendo mal entendidos que nos iludem

Crianças, jovens, pessoas, velhos. São grãos

Eterno ciclar neste verso, bom de estar e ser

Penso em vocês, em todos que sentidos e tons

Para que não haja escuridão ao amanhecer

Percebestes a rota dos nossos pequenos/grandes feitos?

Tantas despedidas se fez ontem/hoje presente ?

Pais, tios, primos, cunhados, amigos, despedem-se.

Apoderam-se do âmago, tornam-se saudades intermitentes.

No caminho trilhado só quem pode estar é o eu

Caminhando sozinho ciente desta eterna solidão

Eterno paradoxo que nos faz triste amanhecer

A incerteza de ser que depende desta imensidão.

Não se sobrevive, um minuto sequer, sem absorver-se no outro

Mas, para gerar-se necessário foi negá-lo em seu princípio

Necessário foi amar menos, entregar-se menos, opor-se.

Medo de consumir-se, cair num imaginário fundo precipício.

- Assim é o mamífero, primata, homem/mulher.

- Assim é cada um de nós, semi-escravos dos instintos.