Ela é como a luz que invade a pele,
toma a alma e arrasta tudo !
A maciez dolorosa e inexpugnável,
a intimidade cravada junto ao peito do céu e
as doçuras que sangram em cântaros aos ouvidos
Enleva, guarnece e inflama o coração !
Por vezes a escuridão é terrífica,
estremece dos ossos a alma
crucificando a carne e o fogo,
mas os linhos, o leite e o mel,
não escorrem esquecidos às mãos acesas,
são partituras obscenas e naturais
de uma borboleta
nas asas violentas de um de.lírio
— É essa poesia animal, aberta de ponta a ponta,
que ainda me faz morder o lábio inferior !