POEMA QUASE SATÍRICO

Gosto das algazarras dos ditos risonhos,

das bravatas, piadas, ironias e deboches

que tanto agradam ao gosto popular.

Para a multidão

Nada merece demasiado respeito.

Nenhuma verdade tem valor de sagrado

ou é imune ao espirito zombeteiro.

Tudo que é humano ou divino

é ridículo.

Assim gritam os cínicos e sátiros

através dos tempos

contra o amoralismo hipócrita das autoridades,

e perversões da boa sociedade.

Um riso barroco ainda alucina

num jogo de luz e sombra

nossa consciência contemporânea

na contramão do bem e do mal

através das comédias de Plauto.