DAS COISAS SEM ORIGEM NEM CLASSIFICAÇÃO
Toda reverência às lágrimas que descem sem uma tristeza definida
Não há cura pra doença que só se mede pela intensidade
Não há cura para a vida
Nem para os sonhos...
Eles vivem no rochedo que desmorona e se refaz no limite da razão
Ou são a própria em estado bruto, inalterado, imaculado, intocado
Acordes de uma sinfonia maior, recortes da morte e analgésicos das gotas salgadas que se formam de uma semente desconhecida num solo mais fértil que a própria explosão da imaginação
Num círculo perfeito e violento, num espiral quebrado que se encontra com o começo pra se ramificar infinitamente
A capital que marcha pro interior
O laço desfeito do presente indesejado
Minha luxúria contida na melodia dissoluta, meu tesão pelas ruínas de areia
Até sermos castelos e árvores no bojo de todas as idéias
Arrastados pela vontade dos teimosos
Criados pelo pulso da loucura
Afagados numa cama de nuvens
Acalentados pelas lembranças daqueles velhos sonhos que já sobrepujamos e enterramos
Bem fundo, abaixo das raízes das formas que a tudo assumem
E das lágrimas sem origem que as regam.