MALANDRAGEM
No arrear das malas de tantos, a sobra...
na cara má da fortuna que nada produz;
– ó, simples vida que de tudo nos cobra,
és duvidoso caminho que nos conduz!?
Se importante é o teu vistoso progresso...
do caminhar só, sempre certeiro e ereto,
nada sabes de ti e se não terás regresso,
se praticas tão condenado ato incorreto.
O dia é normal, eterno renascer de tudo...
que para a frente nos impele, contudo,
sem ater-se à real presença de incertezas.
A sorte é qual banho de acertados alvos,
que se não atingidos, jamais serão salvos;
mas, serão podres, se frutos de espertezas...
Salvador, 24/01/1998.