Terra firme

O mal da nau é a solidão

Turista de terra à vista

O bilhete da passagem

Em socorro joga ao mar

Vira pano de fundo

Na ilha do mar profundo

Ao lado de coqueiros

Sobram e dão sombras

E a fogueira de fogo baixo

Sem farol que lança o facho

A contar aos alheios distantes

Que se perdeu um viajante

E virou refém do mar

A ilha não se move

Nem, tampouco, se comove

Achando que é o bastante

A terra firme ao navegante

Ilha, imóvel jangada

Virou tirana hospedeira

Tirando do aventureiro o Norte

O barco o convés e a vela

O porto e namorada

E além da terra firme

Para ele não sobrou mais nada

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 01/12/2019
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