Terra firme
O mal da nau é a solidão
Turista de terra à vista
O bilhete da passagem
Em socorro joga ao mar
Vira pano de fundo
Na ilha do mar profundo
Ao lado de coqueiros
Sobram e dão sombras
E a fogueira de fogo baixo
Sem farol que lança o facho
A contar aos alheios distantes
Que se perdeu um viajante
E virou refém do mar
A ilha não se move
Nem, tampouco, se comove
Achando que é o bastante
A terra firme ao navegante
Ilha, imóvel jangada
Virou tirana hospedeira
Tirando do aventureiro o Norte
O barco o convés e a vela
O porto e namorada
E além da terra firme
Para ele não sobrou mais nada