Breve Elegia de um Pierrot

Columbina, Agnes de meu amor,

Me dói saber que te causo horror,

Me perdoe, me perdoe ser como sou.

Perdoe-me ser assim.

Queria ser cômico, altivo e atraente,

Queria poder ser, tal qual o Arlequim,

E esse querer a mim deixa doente.

Não sou assim "tão atraente",

E nada em mim chega a ser interessante,

Pelo contrário, digo tristemente,

Causo extrema repulsa a cada instante.

Não sou belo ou forte, e disso distante,

Nada engraçado, homem desencorajado,

Como um infante hesitante.

Eu sou uma desgraça.