Ode aos Injustos

Por que me parece que os desonestos

Sempre se saem bem,

Passando por cima de outrem,

Enquanto nós ficamos com os restos!?

Por que me parece que os vís, os incorretos

São aplaudidos, ovacionados,

Mesmo que de injúria repletos!

E nós — ai de nós! — ridicularizados!?

Queria eu — e mil vezes o queria —

Ser um crápula, um traiçoeiro vil!

Ser maligno, perverso, ser imoral!

Pois, me diga, onde já se viu

Ser assim, tão ímprobo, tão desleal,

Sugando e consumindo os outros

E — malditos! — Se dando bem no final!?

Sabe qual é o meu mal?

É que eu sou bom demais

para este mundo.