Sigo meu rumo, calado e sozinho

Sigo o meu rumo, calado e sozinho,

em meu ser há sempre outro que abrigo.

Sou ave migratória além do ninho,

é a mim mesmo que, incansável, persigo.

Cada um busca o seu próprio caminho,

toda alma é um miserável mendigo

que oscila no olho do remoinho,

em busca de luz e de um ombro amigo.

Ao longe ecoa a pergunta inflamada,

que circula no ar e além desmaia,

sem que a resposta seja revelada.

E o ser renova a dúvida na praia

cujas ondas lambem a antiga pegada

do homem no vazio, até que caia.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 28/11/2019
Código do texto: T6806133
Classificação de conteúdo: seguro