Sigo meu rumo, calado e sozinho
Sigo o meu rumo, calado e sozinho,
em meu ser há sempre outro que abrigo.
Sou ave migratória além do ninho,
é a mim mesmo que, incansável, persigo.
Cada um busca o seu próprio caminho,
toda alma é um miserável mendigo
que oscila no olho do remoinho,
em busca de luz e de um ombro amigo.
Ao longe ecoa a pergunta inflamada,
que circula no ar e além desmaia,
sem que a resposta seja revelada.
E o ser renova a dúvida na praia
cujas ondas lambem a antiga pegada
do homem no vazio, até que caia.