O POEMA
O poema é uma armadilha fatal
Que o ingênuo poeta prepara
E é o próprio, caçador e caça rara
Na tênue linha entre o impossível e o banal
É uma ilha mágica e mitológica
Entre o sonho e o real contentamento
Palavras semeadas ao tempo
E colhidas mas estações escatológicas
É uma explosão dos sentidos
O ápice total dos delírios
Uma incisão que realça os martírios
Na pele de todos os amores proibidos
Um poema é sempre a fuga do fim
O último recurso ao inatingível
O romper do derradeiro limite invisível
A última chance para você e para mim.