DETENTO
Estou preso em mim
Fiz-me um preso
E vivi assim...
De livre a prisioneiro
Meu triste fim.
“Eu finjo que sou monstro”
E assim não demonstro
Minha solidão.
Fiz-me temido
Para esconder o gemido
Do meu próprio ser.
Nem eu sei mais o que sou!
Se eu sou forte ou fraco
Olhem o fiasco
Onde estou!
Errei o caminho
Perdi o carinho
E estou aqui
Como um passarinho
Sem ninho
Sem liberdade.
Sem amor.
Ênio Azevedo
Obs.
Hoje, fui convidado como palestrante para uma visita ao presídio da minha cidade, falar aos detentos sobre Literatura, liberdade, cultura. Então, fiz esta poesia acima e me basearei nela... Para dirigir-me aos mesmos.