Praga Urbana
Abaixo do underground,
Desço convicto cada degrau...
No jogral dessa íngrime escada.
Em segundo plano,
Tal qual o continente africano...
E a remota região da Baixada.
Moro no mais abissal subterrâneo,
Outro abjeto conterrâneo...
Das baratas e ratazanas.
Caí aqui tipo um corpo celeste,
Com status de peste...
De alguma praga urbana.
... Me acostumei com essa catinga,
Garrafas vazias de pinga...
Guimba, seringas... Descartáveis.
Morri, não foi tentando ficar rico,
(Mamãe)Você é mimado feito Kiko
Na vila eu sou o Chavez.
Aqui nos bastidores,
Aprende-se q nem tudo são flores.
Há caule e também raíz.
Sem GPS transito à margem,
Sou bula, o verso das embalagens...
O lado B dos vinis.
Entre os sabores, o azedo,
Amputaram todos teus dedos...
Pois só posso ser lido em braile.
Me eclipsam, não só de modo parcial
Temem meu potencial,
Por isso há 20 anos barrado no baile
Tentei ir além desse metro cúbico,
Quem sabe sucesso de público...
Surdos pedindo bis.
Mas o negócio tá brabo,
Tentei vender a alma ao diabo...
Mas nem de graça ele quis.