POETAS SURREALISTAS
Poetas de carne e osso – entes agregados, sois emotivos:
seres bem reais de tantas e tantas cenas de sentimento;
sois avessos, ao poetar, à ausência de vossos sentidos,
ao registrar surrealísticas sinestesias com refinamento.
Moldas e conformas a realidade em que estais inserido:
sois contrários à vil mentira leviana, má, destruidora...
de sentimentos do próximo e, ao homem, estais referido,
mas deveis saber que não sois a grande voz salvadora!
Sois alguém bem diminuto nesta vastidão cosmológica;
sim, trazes a paz: a vossa síntese da sabedoria presente,
na qual já vos apercebeis do racional... da limpa Lógica.
Em conflitos inatos aos homens, sois um poeta revelador...
deste incomensurável cosmo... do vosso eu: sois gente,
faísca humana, dando amor, a mostrar-se não amador.
Salvador, 25.10.1997.