FOLGADO
Fica ali
O gatinho preguiçoso,
Dele é a cadeira
Macia,
nem parece de madeira.
Tinhoso,
Faz só o que quer,
Tem personalidade,
Não aceita se não lhe aprouver.
É dono de sua vontade.
À porta, entre os vasos,
Ele espreita,
Pouco se importa
Se à esquerda ou à direita.
Folgado,
Livre bichano,
Dorme e acorda,
Dá umas voltas
E volta,
o fulano
Assume o melhor lugar.
Descansa,
Entre possíveis sonhos.
Os olhos num abrir e fechar
Infinitos,
Parecem risonhos
Os olhares benditos.
Dalva Molina Mansano.