NATAL SEM PARENTES

Separados e distantes do lar de origem

têm o Natal juntos de seres cá nativos.

Sentimentos do explorado ambiente não virgem

despertam nos intrusos poéticos motivos.

Papos e brincadeiras apontam passados

alheios aos prudentes invasores queridos,

que por se virem amigos e interessados,

bem simulam domínios falsos e metidos.

Na ocasião da ceia da meia–noite surge a gula

pertencente aos buchos e às panças insaciáveis,

em roncos de uma fome louca que estrangula...

estrangula a religiosidade da data,

tão sagrada para os homens inseparáveis,

todavia pecadores nessa ação pacata.

Salvador, 1994.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 25/11/2019
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