NATAL
Natal é a mais bela explosão do amor familiar,
da fraterna alegria em todos os corações bons,
da chegada do Menino pra nos auxiliar
– é tempo de eternos sinos, músicas e sons!
Natal é o banho humano em paz e harmonia
na presença do cravo barroco saudoso,
em junção tão certa e de grande sabedoria
no quente acalanto do espírito bondoso.
Natal é o dia da universal fraternidade,
longe das mágoas de quem o bem não praticou;
é o instante da forte e repetida saudade
de quem mui amamos e que este mundo deixou.
Natal é o encontro certeiro e bem acertado
no lar que toda família se identifica
e que sublima no culto cristão abençoado,
que o bom humanismo tão bem o justifica.
Natal das luzes, das árvores enfeitadas,
com neve e muito frio ou com calor e quentura,
quando as pessoas sentem–se bem maravilhadas
em ímpar ocasião de tanta formosura.
Natal é a fé em sua grandeza humanitária
na aproximação dos homens em plena Terra
untada em rica bondade comunitária,
sem preconceito e desamor frente a quem erra.
Natal é a digna simplicidade das vidas
e que mesmo repletas de arestas cortantes,
tornam–se tão mansas ao extinguirem feridas
e culminam em festa – momentos marcantes!
Natal é o ser humano em seu denso e profundo amor,
é a parada consumada da guerra suja,
numa celebração humanística sem dor
e suave pra que todo homem do mal fuja.
Natal é estar na proximidade do amado,
do ser parceiro, cônjuge, filho ou parente,
junto ao correr das crianças no ambiente animado
com a presença do passado ali presente.
Natal é a boa lembrança do apartado ausente,
a razão da esperança de um melhor futuro,
que certamente traz ao próximo que sente
sua tristeza e que invade qualquer ser maduro.
Natal é a reflexão sincera em nossos erros,
o olho em nossa incomensurável pequenez,
a visão sobre nossa liberdade em berros
na chegada da vil consciência com altivez.
Natal é o nosso dia esperado e mais sagrado,
seja ele em terra, no ar, no mar ou em qualquer lugar,
pra ser são ou doente, em festa ou até mesmo ocupado
– é lindo, o mais lindo dia, e único no ano a findar!
Salvador, 30/01/1999