A CRIA
Do nada te crio
do fátuo te acendo
do éter te sopro
do imo te alço...
Pego-te no colo
são teus os meus olhos
tua a minha mão
oferto-te o tempo!
De emoção vestida
faço-te rebento
e nesse momento
sou mater de ti
Que nada me chame
não oiço, não falo
só a ti pertenço
esqueço-me de mim...
Afago-te o rosto
modelo-te o corpo
aliso-te a cama
rego-te o jardim
Do insosso te salgo
do amaro te adoço
do frio te aqueço
da hora me esqueço
Amasso-te, estendo-te
polvilho-te a cor
leveda o fermento
meu bolo de amor!
Provo-te e aprovo-te
lambo a minha cria
baptizo-te enfim
“Poema de Mim”